03/07/08

CAFÉ POLICIA

Taberna,Café, Sala de televisão e Jogo, Mercearia, Padaria e ainda se jogava o chinquilho.
D.ª Deolinda, som a sua paciência lá ia aturando a garotada toda nas matines de Domingo.

1 comentário:

Unknown disse...

28-05-2004

Pioneiros do comércio

Poucos serão aqueles que passaram pelo Bairro das Almuinhas e não conheceram o Café “POLÍCIA”. Um estabelecimento que durou cerca de 60 anos (taberna e mercearia desde 1941, café desde 1962 e mais recente como casa de pasto) e que faz parte da história social daquele Bairro. Pode-se afirmar que foi o seu primeiro estabelecimento comercial.
O nome “POLÍCIA” era uma homenagem ao seu fundador José Agostinho Júnior, militar - primeiro da Cavalaria, depois da Guarda Nacional Republicana (em Pombal) e por último como Polícia da Segurança Pública (nº 37 em Leiria) que fora casado com Carolina de Jesus. Nos anos 20 eles compraram um terreno nos arrabaldes da cidade de Leiria (hoje paredes meias com o Bairro das Almuinhas) onde edificaram a sua habitação e fundaram mais tarde o “POLÍCIA”. Já na década de 60 um dos seus 12 filhos, Valdir, deu continuidade e desenvolveu-o na companhia da sua esposa, Deolinda, a qual ao falecer em 1977 marcou decisivamente a história. Desde então nada mais foi igual e hoje o “POLÍCIA” pertence ao passado.
Um passado que marcou gerações e vidas. Quando os operários merendavam o farnel que traziam de casa. Quando a mercearia era paga ao mês. Quando os cafés eram o local de confidências e de esquecimento das dificuldades e mágoas da época. Quando os serões eram passados a jogar uma sueca, umas damas, um dominó e um chinquilho (grandes campeões por lá passaram) na companhia de muitas rodadas. Quando os cafés eram salas de TV para famílias inteiras (muitos aí puderam ver televisão pela primeira vez por ocasião do mundial de futebol em 66). Na época em que a vizinhança também era a “nossa” família. Outros tempos.
Enfim,...muitas histórias dignas de um dia serem recordadas, tal como muitos dos seus intérpretes, habitantes do Bairro das Almuinhas, com quem eu próprio cresci, sentindo (ainda hoje recordo) a sua amizade e carinho, a sua união e força associativa, esta hoje quase inexistente.
A evolução prega-nos partidas. Tal como o actual Bairro das Almuinhas não é o que muitos sonharam, também o destino do “POLÍCIA” não foi traçado por quem o edificou e aí nasceu e cresceu.

Jorge Manuel
in Região de Leiria 28-05-2004